Um blog da diáspora blasée


30.7.07

A vida portuguesa

Passeio em Lisboa como uma ucraniana nova rica. Compro todos os gadgets, incluindo aquele coiso para sintonizar o Ipod no rádio do carro. Tenho dias. Faz sol. Pago uma quantia obscena para jantar na cozinha (com luz de cozinha) do Hotel Ritz. Bebo vinhos da Cidade do Cabo e como coisas a que chamam amuse bouche. Adio as sardinhas do Coreto de Carnide por mais dois dias. Quais as três cidades mais bonitas do mundo? Namoraste a ex de quem? Antes não tinhamos dinheiro para quê?
Things change, ou lá está, o mundo tá cheio de mulheres giras como a vocalista dos Nouvelle Vague, a quem devo um Big O. Faltou pouco.
Devia parar de ser tão exigente com a minha cidade, com a colecção Berardo, com o clima, com a Costa da Caparica, com o tanque de àgua gelada da casa de Montemor, no fim de contas uma gaja tem o dever de ficar bem com qualquer trapinho da H&M. Onde é que pensas que vais assim vestida? Vou entalar mil vezes, as minhas mãozinhas lindas na porta da vossa fantástica casa. Meus mais queridos, que têm a espinhosa tarefa de sobreviver às minhas mal-humoradas passagens por Lisboa.
(Já tá aqui o Santo António. No meio do São Jorge, da Nossa Senhora de Aparecida, do São Sebastião e da Santa Rita de Cássia. )