Um blog da diáspora blasée


29.6.07

e chove que parece que o mundo vai acabar

"Ó Veraaaaa cadê a lista que seu Nuno pediu?"(Cadê sim, estou muito mal, nem sabes).

Então os últimos cinco foram:

-O Passado, Alan Pauls
-Istambul, Orhan Pamuk
-A Cabra Vadia, Nelson Rodrigues
-A Cama na Varanda, Regina Navarro Lins
-O que Sócrates diria a Woody Allen, J. A. Rivera

No teu modo livro de Auto-Ajuda, (leitura recorrente): As Lições do Tonecas, José de Oliveira Cosme

E agora vais-me desculpar, mas este é um blog muito off, não conhece ninguém na blogosfera, além de ti, a quem possa perguntar, com tal descaramento, o que anda a ler.

Mariza

Chorei baba e ranho nas três primeiras músicas, só de ouvir a guitarra portuguesa no meio a padeiros e açougueiros distintos do Rio. O resto só para os íntimos, graças a deus.

28.6.07

Estraçalhadas é o que era ou o mundo tá cheio de mulheres giras

Almoço sempre sozinha. Hoje lá estava na minha mesa, muito feiinha coitadinha, ainda não tinha ido tratar de mim, encolhidinha, na esperança de não encontrar ninguém, tudo muito inha, e eis que na mesa ao lado a conversa começa a interessar. Deixei logo de estar inha para ficar onha, enquanto quatro inacreditáveis, daquelas mesmo inacreditáveis combinavam com deleite, viagem à Eurodisney.
Ai, aí eu vou tê qui consultáaa primeiro o maquinista, néé?!!! E as outras, Àaaa é claroooooo, mas consulta depoiisss de usá a camisola (camisola aqui é camisa de noite) preta.
Mais risinhos. Gandas inacreditáveis, ia pensando, enquanto engolia um bocado de alface orgânica regada com vinagrete baixas calorias e tentava entender o significado de maquinista da frase anterior, que vou, sem dúvida passar a usar, porque é maravilhoso.
Éeeee então vocês si animaram? Olha tem até vôo diretooo práaaa Parisssss, qui chiqui.
Paris qui chiqui, ai que putas estas gajas, olha as unhas das fulanas, mas que cor é aquela, nunca sei pedir a cor certa, ficam sempre a olhar para mim as interrogativas das manicures, é sempre uma merda de uma primeira vez e tal e coiso... Pensamentos edificantes entre as 13 e as 13.25 de todos os dias, quando oiço uma dizer baixinho, meio envergonhada: Portugal. Éeee também tem vôo práaaa Portugal.
E eu a inflar, a inflar, a inflar, não fosse a loira impossível, das unhas cor de açaí, me ter rapidamente esvaziado e lembrado com um definitivo, Aiiiiiiii pelooooo Amorrrrrrrrrrr di Deussssss. Si é pra ver português, vai ali na padaria Rio-Lisboa, ou vai em Copacabana!, de que eu estava era já atrasadíssima para a minha Brasilian Wax mensal.


ganda pinta

- O grande feito realizado por Bartolomeu Dias deu aos portugueses, o título de "PIONEIRO DAS GRANDES NAVEGAÇÕES". Explique porque Portugal recebeu esse título.
Avaliação de História feita num colégio brasileiro aos alunos do 5º ano do ensino fundamental. Em dias maus reconcilia-me bastante com isso aí. Sensações destas só depois de muitos anos e com um oceano pelo meio. Azarinho não serem emigras.

26.6.07

B.Aires






País Tropical

O Dunga como seleccionador. O Lula como presidente. E eu como perua.

22.6.07

Ao fim de uns anos os homens acabavam sempre por lhe dizer: "És um desperdício."

Foram cardos foram prosas II

Ou a Judite de Sousa a cantar " Será sempre a subir ao cimo de ti, só pra te sentir"? Não. Não consigo erotizar o professor Fernando Seara.

21.6.07

E já agora

Tenho um segredo para revelar. Em breve. (risos alarves)

Foram cardos foram prosas

Acordei cheia de saudades da Manuela Moura Guedes. Às vezes acordo cheia de saudades do Miguel Esteves Cardoso, também. Já quando acordo com saudades da Clara Ferreira Alves sei que o dia seguinte será do Miguel Sousa Tavares.
Todos aí coitados, no meu país das mulheres-sardinha da Brandoa, enfiadas em sweatshirts Gap e a gritar pelos filhos, reais rebentos: Lourenço e Leonor.
Dá para imaginar a Clara de Sousa a cantar "ó meu amante deposto"? Pois.

19.6.07

Incoerência

Mel com Cicuta. Tem que ser.

Aeroportos



Claro que não chegava lá. Ouvi esta música no blog da Bomba-Inteligente, que malcriadamente não vou linkar. Ela não se importará e eu gosto de ficar sozinha.Principalmente em aeroportos.

Serviço Público

Chico Buarque faz hoje 63. Infelizmente só o vi passar aqui.

Esta posta é para ti, meu parvo

Zonas de turbulência a atravessar, só para te ver, são praí umas quatro ou cinco num vôo de nove horas, cabrão, que não tens outro nome.
Por cima da Bahia é sempre uma desgraça, fecho os olhos, conto até mil, mais duas horas até ao inferno do Equador, merda, com todos dentro do Airbus A 340, o caraças, sei tudo sobre os monstros onde me meto, e sobre os comissários que no meio da minha insanidade, insistem em fazer o seu trabalho, para que te chegue inteira ás mãos.
O que quero comer? Nada. O que quero tomar? Nada, deixem-me em paz! Os senhores devem mas é ser malucos, fazer vida assim, dentro deste tubo.
Olhe lá, espere aííí, não se vá já embora, não acha que a asa não está bem?Repare no parafuso lá do fundo, parece um bocado solto. Por amor de Deus, faça qualquer coisa!
Estas crianças?
Estas crianças não são minhas, sei lá o que estão a fazer, tome conta delas.
Eu preciso é de ser acalmada pelo comandante.
Por favor, não acha que me fazia bem ir ao cockpit?
Não posso? Não deixam? Mas acha-me com aspecto de quê?
E tu?, Tira-me deste suplício. Onde estás agora, meu parvo, amigo da onça. No mínimo devias estar a olhar bem para o teu lindo relógio de óptimo gosto e a contar, a contar bem, todos os segundos, minutos, horas, que vais levar para me ver outra vez. Foi para isso que to dei. Para que quando te cansasses de não me ver, de não me chatear, de não me abraçar, de não teres ninguém, absolutamente mais ninguém a quem dizer as merdas bruto-carinhosas que gostas de me chamar, na tua inesquecível verborreia jurídica, tenhas a certeza de que está na hora de me voltares a ver.
(Liga a música aqui ao lado, clica em cima daquilo se fazes favor.)
(Esta é uma posta repetida, mas não é, agora tem música.)


17.6.07

As Sogras

Dez e tal da manhã, toca o telefone aqui no Rio, a minha sogra:

Está lá, Mónica?
Sim.
Olhe é só para dizer que o seu filho, ai desculpe, que o seu marido não embarcou.

Os Aviões

Quando a altura se aproxima começa a terapia: Tenho muito menos medo de andar de avião quando viajo em executiva, do que quando vou em turística.

As Mulheres

Não consigo emitir qualquer juízo sobre isto. Mas acho que não conseguiria conviver com uma mulher ruiva na minha casa.

Julianne Moore, Short Cuts, Robert Altman.

Os Homens



"Olhe, não vou falar de García Márquez. Não aceito perguntas sobre García Márquez."
Mário Vargas Llosa. No Rio, sobre o ex-amigo com quem cortou relações há 30 anos.

15.6.07

Samba do Avião



"Ê Xangô vê se me ajuda a chegar"

14.6.07

Isso é que faz o bum-bum ficar duro

A mais bonita do Brasil. Pitanga aqui.

13.6.07

Cromo 1: Chico Buarque na Praia do Leblon

Gentileza gera Gentileza. Obrigada pela Vigia.

Ó Meu Deus!

Para os que aqui vieram, ao engano, coitados, a mando do Deus, aqui ficam os meus agradecimentos. E se vos servir de consolação, na próxima visita ao Rio, tentem não sair nunca -sei lá, inventem qualquer coisa às mulheres e mandem-nas para o Pão de Açucar- do BB Lanches, esquina da Aristides Espínola com a Ataúlfo de Paiva.
Ela costuma aparecer. Mais composta, mas aparece.
Mais Lula e Vavá: O presidente disse ontem, em conferência de imprensa, não acreditar que seu irmão, tivesse capacidade intelectual, para conseguir traficar influências e que por isso permanece descansado.
Ele não usou a expressão capacidade intelectual, porque não a conhece. Usou outra que eu não conheço, mas que deve querer dizer o mesmo, no seu linguajar-cuspido.
Qualquer dia tiram-me a residência permanente.

De seis em seis meses preciso muito ir a Lisboa


«Bobocas, cuidado com elas, nós somos “gastosos”, e não gostosos.
Pelo menos, façam vasectomia. Eu já fiz.»

Roberto Jefferson, ex-deputado federal, dando dicas para outros políticos
não se tornarem vítimas de amantes em Brasília.

12.6.07

Lula ao Pequeno-Almoço

"O lulismo esvazia a nossa indignação, nossa vontade de crítica, de oposição. Para ser contra o quê, se ele é "a favor" de tudo? Há uma calma no Lula que nos anestesia. Há uma normalidade no ar que inquieta, sinistra como o prenúncio de tempestade, que virá para o próximo governante. Lula não erra porque não faz nada. (...)
Nada o comove, só se comove consigo mesmo, com a própria origem operária. Aí chora.

Lula desmoralizou os escândalos, vulgarizou as alianças, subverteu tudo, inclusive a subversão. Os comunas xingam-no "na moita" pois estão todos bem empregadinhos.(...)

Mas tudo isso ele faz com seus sorrisos de covinhas, com sua imensa simpatia."


Do mestre Arnaldo Jabor, no Globo, hoje.

11.6.07

Sr. Vává


Este senhor é irmão do Lula e por isso também não tem um nome de pessoa adulta, responde por Vává. Está a ser investigado pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Caça Niqueis. Parece que tentava fazer lobbying sem fins lucrativos, só porque, dizem, é muito boa pessoa e gosta de ajudar.
Tem muito bom ar é de se acreditar piamente.

A Enjoadinha

Um frio fora do comum, para a época, aqui no Rio, e mesmo assim acordei lá pelas duas e picos da manhã cheia de calor. Menopausa ainda não, revirei-me na cama, liguei o ar condicionado, voltei a encostar-me às três almofadas, barriga para cima, mãozinhas postas como as dos mortos nos velórios, que por causa daquilo nunca mais pude dormir como uma pessoa normal. Quando me ocorre estar mesmo capaz de me vomitar, não fosse o "banheiro da suíte" estar já completamente entupido com outro tipo de merda que não eu.
Não encontrei nada que explicasse a presença de Iemanjá aqui. Mas também, estou-me nas tintas.

10.6.07

A diáspora blasé

Vi hoje que Rita Ferro Rodrigues tem um blog. E que se farta de chamar filhota à filha, que tem nome de rainha. Infelizmente Rita Ferro Rodrigues também já escreveu um livro, nome na capa e tudo, além de ter um ou mais, não sei, programas de televisão. Acontece que da única vez que consegui chegar perto foi como ghost de uma ghostwriter. A propósito, esta semana fui fazer um peeling.

Sushileblon

Uma Dupla de Taínha, uma Dupla de Atum Gordo, Salmão Crunch, Ovos de Codorna com lascas de Trufa Branca, Gengibre. Duas taças de saké rótulo verde, terminando em delírio, como sempre, esparramada numa dupla de foisgras. Não passo de uma mulherzinha fácil.

Um caso para o dr. Sá

Logo após o divórcio, um dos programas preferidos de meu pai, era levar-nos a Belém, onde passávamos tardes inteiras dentro do carro. O outro era ir para o Castelo de São Jorge, onde nos lia passagens da História Concisa de Portugal, de José Hermano Saraiva. Numa das vezes, em Belém, atirei com a cassete do Mel da Bethânia ao Tejo.

8.6.07

oxalá que a tua vida também



Mais calma, depois de uma caipirinha no Copacabana Palace.

5.6.07

Sobre o post anterior

devem ter concorrido uns cinco ou seis. Todos à volta dos vinte, que é quem tem paciência para frequentar oficinas literárias. A ver se não me esqueço de pedir para escreverem no crachá: Mónica Marques, Cota e Tuga.

4.6.07

Ouro sobre Azul


A FLIP tem o prazer de informar que você foi selecionada para a Oficina Literária de Crônica, que será realizada de 05 a 07 de julho das 13h às 15h na Pousada do Ouro em Paraty.

3.6.07

Devem ser do mesmo signo

"Seguinte: isso se chama “a humanização de um ídolo”. Pra mim, Caetano era deus e descobri que ele é um banana de pijama. [pausa] Ele sempre foi muito querido comigo e sempre passei muito mal porque ele é meu ídolo desde os meus 9 anos de idade. Mal imaginava ir algum dia na vida a um show de Caetano, quanto mais ser colega dele. E teve uma época, uns dois anos atrás, que a gente se encontrou mais um pouco. Ele tava gravando um CD e falou: “Cara, a gente está gravando num estudiozinho, com todos os músicos novos, e você virou a musa da gravação porque tem um pôster seu da Trip lá dentro. Você não quer ir lá?”. Daí fui na gravação, fiquei lá umas duas, três horas, vendo eles tocando. Quando acabou Caetano foi me dar uma carona até em casa. Muito gentil, parou na porta da minha casa, tirou um papelzinho do bolso e disse: “Escrevi uma coisa pra você”. Fiquei estarrecida. Ele leu: “Lua na folha molhada, transparência, jabuticaba branca...”. Fiquei emocionada, falei: “Nossa, Caetano, que coisa maravilhosa, nunca mais vou esquecer desse momento na minha vida”. Depois de não sei quanto tempo, sai o CD do Caetano e eu compro. Quando abri, a primeira coisa que li foi a letra. Cara, fiquei louca. Ele musicou o que escreveu pra mim, eu não podia acreditar. Ainda lembro que eu perguntei para o Dado: “Você acha que eu devia escrever alguma coisa no meu site?”. Ele falou (olha só como são as coisas): “Acho que devia, ele vai ficar contente”. Só que escrevi meio cifrado. Então ninguém entendeu. Sei lá, passaram quatro semanas que tinha escrito, fui dar uma entrevista e um jornalista virou pra mim e falou: “O Dado já escreveu alguma música pra você?”. Respondi: “Não”. Aí ele: “Mas o Caetano escreveu, né? Então está tudo bem”. Eu tomei um puta susto: “Como é que você sabe?”. Ele falou: “Luana, li o teu blog, conheço o CD e a letra, somei um mais um”. A partir daí, só sei o que a imprensa me conta. Saiu aquela história na Mônica Bergamo, que não sei se ele disse ou não porque não costumo acreditar em coluna social. Mas para mim ele morreu, está sepultado. Não posso acreditar que um cara de 65 anos faça uma galhofa dessa. E essa história da música era uma flor que eu ia olhar e sempre achar bonita. E posso dizer uma coisa? O mundo inteiro pode não acreditar, mas eu vou encontrar o Caetano Veloso, a gente vai olhar um no olho do outro e ele vai abaixar a cabeça. Porque a história real, ele e eu sabemos. "

Luana Piovani, Revista Trip, Junho 2007.

Coloridos sublinhados meus.