Estou como hei-de ir: dependente e viciada. Neste momento há blogs sem os quais não vivo. Ou sim, vivo. Mas vivo mal, esquálida, deprimida, igualzinha àquelas mulheres que tomam bolas para emagrecer. Como S. Sebastião: amarrada à espera das flechadas alheias. Cada post que não escrevem, logo uma angústia se apodera de mim. Onde estarão estas pessoas, porque desaparecem sem mais nem menos? Como sobrevivem sem um teclado ao lado? Os piores são aqueles que nem dizem nada. De humores, aparecem e desaparecem por dá cá aquela palha. Isso não devia ser permitido. Um blogger em férias deveria ser imediatamente afastado. Meu Deus, neste momento tenho bloggers, desgarrados, em tudo que é lugar. Tenho até bloggers a empreender viagens imaginárias. Loucos, obsessivos. Aliás, os meus bloggers preferidos são todos saudavelmente malucos. Mas estou tão fora de mim que os trato a pão de ló. Visito-os policiadamente para não parecer desesperada, não os procuro jamais e raramente os linko. Tudo para não levantar suspeitas. Olhem lá, atenção!!! Há uma louca no Brasil... Sabem como é e como as coisas correm na blogosfera. Não ia ficar bem. Faço-me linda, ponho-me em bicos de pés, escrevo só mentiras. Não tenho dúvidas de que sou a outra na vida deles. Deixo que me visitem às escondidas, espiada no sitemeter. Submeto-me a sevícias. Tenho ciúmes dos blogs que eles linkam, das private jokes, dessas coisinhas. Admito. Estou terrivelmente apaixonada por todos eles. Tenho um com quem vou ao cinema, outro com quem maldigo o Lula, outro com quem leio, outro para quando quero viajar, outro que me dá idéias, outro com quem vou dançar, outro com quem faço análise, outro com quem sobrevivo à segunda adolescência. Agradeço-lhes, enfim e finalmente, a possibilidade do poliamor.
Um blog da diáspora blasée