Dizia-me o Joaquim Ferreira dos Santos lá em Paraty, (como é bom começar tão vaidosa com o Joaquim) que não há nada melhor para fazer boas crónicas do que a falta de assunto. Que há até crónicas inteiras sobre a questão. Que no caso o melhor é sentar e ir puxando pontas. Eu estou sem assunto e não vejo pontas. Fui até tomar um cafezinho maquiado ali ao Armazém do Café, na Rita Ludolf , para ver se acordava algum assunto premente.
Infelizmente acabei apenas por despertar a fome com dois perigosos e compulsivos brigadeiros do Colher de Pau.
Enquanto comia li a Cássia Kiss contar que tem bulimia e é bipolar e deu-me uma enorme vontade de ser a Mulher Samambaia, da Playboy deste mês. Tão linda de cara quanto de bunda e que por isso não é Raimunda.
Também achei bonita a capa da Rolling Stone com o Caetano lá dentro falando do seu Nescau e da problemática do fim do amor. E do fim do amor eu não sei nada, cachorra babada, acho muito bem o que Nelson Rodrigues escreveu a respeito. Amor que é amor não acaba, é eterno.
Mas não sei, não sei. Uma grande chatice, estamos cá para ver, inclusivé Vasco M. Barreto, desculpe a intimidade Vasco, estou só a encher chouriços em exercício de umbiguismo habitual e tenho para mim que é um ser pretensioso, pois deixe eu também sou. O que o fará já descartar a hipótese de me considerar. Mas arrisco que a propósito disto, deve-se ir já ali para o Le Boy, em Copacabana, dançar convulsivamente ao lado da Vera Fisher isto, (mas tem que ser ao lado da Vera Fisher).
Após o que foices, martelos e outras armas brancas serão o mínimo. Porque qualquer mulher normal se deve transformar numa Catarina Eufémia, quando abandonada. Se não, não passará de um homem.
Sinto que a minha patetice podia continuar por mais umas linhas, até porque agora lembro de outra conversa na sacada da varanda do Lux, em Lisboa, que vinha bem apropósito. Sim, quando estou em Lisboa, eu e os meus frequentamos o Lux. Mas, por hoje, vou poupar-vos de tamanha maçada. ( duas palavras da moda num só parágrafo, viram?)