Eu dei um beijo na boca dele. Bem sei que faz tempo, que ja o vi outras vezes e que em muitas dessas outras vezes ele passou ombro com ombro, e fingi nao o ver. Uma muito carioca forma de estar. O mundo a acabar-se, o coraçao a saltar pela boca, ele a passar e a portuga engasgada, armada em blasee, o coqueiro providencial para nao desabar. Em que outro lugar o calor provoca arrepio. Mas ate o Jabor, hoje, na coluna, fala das maravilhas de um encontro com Antonioni. Sejamos Imperalialistas e que o Chico Buarque de Hollanda nos resgate cheque-mate. Incrivel. Eu dei um beijo na boca do Caetano Veloso. Poesia Concreta. Chiclete com Banana. No Coliseu dos Recreios de Lisboa, ali as Portas de Sto. Antao. Tres ginjas do Eduardino, ainda o Eduardino vendia ginjas em copos de vidro. Faz tempo. O relogio Cartier dele na minha mao, esquecido no microfone, no palco. Ele na minha frente. Eu finalmente dentro do angulo de visao do Caetano, no camarim. Viva Iracema, Viva Ipanema. Que tudo mais va pro Inferno. A centimetros dele e a olhar-lhe para os pes, estupida, que ha coisas que nunca mudam e ele tinha uns All Star e faz hoje 65 anos.
Haviam de ter visto a cara da Eugenia Melo e Castro.