Um blog da diáspora blasée


3.10.07

Vai um sambinha? Não.

Há uma coisa que qualquer mulher de bom senso nunca deve aproveitar para fazer ao pé de uma brasileira: Essa coisa é sambar. Eu sei que aqui chegadas, o calor, a vegetação, os negões, os papagaios, a Floresta da Tijuca nos dão uma enorme vontade de, digamos, inovar. Fazer coisas que nunca fizemos, saltar de parapente, de asa delta, nadar no mar impossível do Leblon, como se em pleno Algarve, ter lições de surf aos 37. Pôr silicone all over, começar a aparvalhar no tom de voz para tentar ficar naquele irritante registo delas, de quem se está sempre a vir... Ok é estúpido, mas façam. Principalmente a parte do silicone que não dói nada e ninguém precisa ficar para sempre com aquele look India da Amazónia. Mas sambar. Sambar nunca. É até bom que comecem logo a preparar desculpas convincentes dentro do avião. Uma dor de barriga, uma gravidez repentina, partam o salto das sandálias, ou tranquem-se na casa de banho e comecem aos berros. Mas sambar, sambar NUNCA. Ousaram um sambinha? Um passinho minúsculo e desengonçado de tuga, então saibam que se deram à morte. Que não é caso para tanto? Mas é. Fujam, fujam de qualquer rodinha de samba. Se não conseguirem, porque eles querem muito (querem sempre) vão. O suplício daquelas ancas balanceadoras, daqueles passinhos perfeitos, daquelas bundas inacreditáveis na nossa cara (e na deles), costumam fazer de nós, mulheres muito mais humildes. Todas as coisas têm um lado bom, olha que chatice.

Eu sei, meu querido, é melhor dar-me à morte aqui.