Peço desculpa aos entes queridos, aos amigos de sempre, aos amigos tão amigos que continuam estoicamente a ler o blog. Porque vou fazer algo que sempre disse não fazer aqui. Pensar duas vezes antes de escrever. Mais que cinco minutos, sentada no sofá, vou não vou, vou não vou. Vou. Se fosse outra pessoa. Mas não sou. Se escrevesse tão genialmente como, mas não escrevo. Por isso não fico bem se não explicar, mesmo que para apenas dois grunhos, incomodados com o meu t.
Eu tenho um fraquinho por intelectuais. Tenho. Sempre tive. Os pretos adoram-me, mas eu caio é por intelectuais. Sempre disse que iria para a cama, nas calmas, com o Woody Allen, nem que fosse para fazer aquela parte da Dianne Keaton no Noivo Nervoso, Noiva Neurótica, a fumar um charro enquanto ele se despacha.
Gosto muito de coisas intelectuais, da pica que isso dá. Podia viver uma vida inteira só assim. Imaginando. Já mantive amores sem ver, sem tocar durante imenso tempo. Se bem que no fim sempre vá lá tocar um bocadinho, um bocadinho, nunca muito, para não estragar.
No Brasil, dizer que fulano ou sicrano é um tesão, não tem um significado tão, digamos, intenso, como em Portugal. É um adjectivo bom, bonito e corriqueiro, que passei a usar quando acho que alguém é especialmente propenso a ele.
O Pedro Mexia, quando escreve dá-me t., não posso controlar e ele não tem culpa. O Jabor quando escreve dá-me um t. enorme, o Mainardi, o Amor Atrevido também. A cantora dos Nouvelle Vague e o Dostoievsky e alguns outros intensos de quem às vezes preciso meter férias, idem. Adoro viver assim e quando não vivo vou à procura. Mesmo que isso vos chateie. Get a blog!
adenda: o filme é o Annie Hall. E os gajos que me chatearam por eu ter t. não conhecem o Pedro Mexia.