Um blog da diáspora blasée


19.2.08

Neuzinha

Neuza Maria Aparecida de Jesus era nada mais, nada menos, do que um esplendoroso corpitcho de passista mulata. Uma bunda que minha nossa senhora. Penugem toda loira, à custa de várias caixas de Blondor. Cabelo ruim mas sujeito a chapinhas várias. Pernas de gazela.
Neuzinha era de Vila Isabel, terra de Martinho da Vila e Martnália. Aos doze menstruou e tinha dois caroços nas maminhas que prometiam já tudo o que viriam a ser, mesmo sem litros de silicone. De portuga só conhecia seu Antônio da Padaria, de bigode e mal lavado. Por isso tanto se espantou no dia em que lhe disseram que o doutor lá, era assim uma espécie de portuga. Espécie, porque em nada lembrava os patrícios. Muito lindo e bem posto e atencioso e com uma aliança enorme no anelar da mão esquerda.
Nessa altura Neuzinha ainda ficava com um lutador de jiu-jitsu, de braços de Popeye e cabeça de pitboy, que respondia pelo nome de Bruninho e jamais lhe daria condição. Apesar disso chorava muito por ele e foi num desses choros que Miguel a consolou, concentrando-se nas lágrimas e bundas de Neuzinha. Que Neuzinha era uma só, mas parecia muitas, muitas, muitas.