OS DOIS PRIMEIROS MESES permitiram que conhecesse a rotina do prédio. O vai e vem dos porteiros, dos faxineiros e das domésticas. Passei a acordar a tempo de caminhar no calçadão, entrar no mar e tomar o banho de sal contra o olho gordo e ainda conseguir acompanhar as primeiras movimentações no número 71. Tudo se passava sem muitas complicações. Com o Gustavo fora restou-me inventar à Bia que não conseguia trabalhar em casa e por isso passara a escrever no bistrozinho da livraria Argumento. Não fez qualquer pergunta feliz de me ver pelas costas e parar de lhe encher o saco, com exigências domésticas completamente mesquinhas.
Um blog da diáspora blasée