Lucinha tinha voltado da Europa havia uma semana. A digressao pelo velho mundo tinha-lhe sido sugerida por seu caridoso editor por temer que a sua saude mental descambasse de vez para regioes menos brancas. Assim ela gostava de pensar a dedicacao extrema a que era votada. De pensar e de colorir, pois era seu habito dar cores a cada estado de espirito, sendo que a felicidade para ela era sempre qualquer coisa muito perto da cor branca. A mesma cor que via quando se vinha, ao fim de muita contencao, tudo para fazer o prazer durar, todas as tercas e quintas aos pes do fulano mais excentrico do Leblon so porque a fazia lembrar um desenhista que conhecera num terrivel voo Lisboa-Kiev e que viria a saber depois, tinha um fetiche com cachecois.
Um blog da diáspora blasée