Música com letras. Há alguma melhor que esta?
na foto: Ella Fitzgerald
Um blog da diáspora blasée
26.3.06
24.3.06
Little things
SE COMEÇA BEM, o dia tem duas partidas. A falsa, lá pelas 7 da manhã, quando os dias prometem muito calor, a sala ainda está fresca e da janela, aberta toda a noite, se vê a luz do mar refletida no Hotel Marina. E dá vontade de sair a correr e ir ver como está o mar. Pedalar até ao Arpoador só para no regresso, ver de frente os Dois Irmãos. Momento de incredulidade diário.
A verdadeira, lá pela uma da tarde, quando atravesso a Dias Ferreira para religiosamente pousar a mala numa destas mesas, entrar, pegar num prato e comer as melhores saladas do mundo.
A verdadeira, lá pela uma da tarde, quando atravesso a Dias Ferreira para religiosamente pousar a mala numa destas mesas, entrar, pegar num prato e comer as melhores saladas do mundo.
22.3.06
Experiências com a ironia
O INTERFONE TOCOU E AVISARAM QUE O TÁXI já estava à espera. Desceu no social, rodeada de todos aqueles espelhos que sempre a deixavam desconfortável. Encontrou mais três rugas à volta da boca. Demasiados espelhos, demasiada iluminação para aquela hora do dia, para qualquer hora do dia, convenhamos. Lembrou as palavras incisivas do amigo, «tens imenso medo de envelhecer», e pareceu-lhe que não. Que até aqui o caminho tinha sido sem precalços e que por isso não haveria muito a temer.
Deu graças a Deus pela temperatura quase glacial que encontrou dentro do táxi e esperou que o taxista olhasse para trás interrogativo: «Pra onde madame?», displicentemente respondeu cheia dela mesma, «Pra Botafogo. Rua Madalena 65».
O pai, ainda sob o efeito de Dormonid, ansiava por um Ipod num quarto da Clínica Ivo Pitanguy.
Certas merdas são genéticas, como esta de não passar sem boa música...
Deu graças a Deus pela temperatura quase glacial que encontrou dentro do táxi e esperou que o taxista olhasse para trás interrogativo: «Pra onde madame?», displicentemente respondeu cheia dela mesma, «Pra Botafogo. Rua Madalena 65».
O pai, ainda sob o efeito de Dormonid, ansiava por um Ipod num quarto da Clínica Ivo Pitanguy.
Certas merdas são genéticas, como esta de não passar sem boa música...
19.3.06
14.3.06
ASSIM QUE O CARRO ARRANCOU teve a nítida sensação de que ia vomitar. Pediu ao táxista que estivesse calado, que se sentia mal. Ainda conseguiu ver que estavam perto do MASP, no meio da Paulista. Abriu a janela para apanhar ar e viu que alguém lhe dizia adeus. Um homem que não conhecia, numa cidade que não era a sua. David Lynch, again? Ou qualquer outro filme com potencial para vencer a Palma em Cannes?
Vomitou várias vezes, com o queixo apoiado na janela do táxi em andamento e odiou São Paulo com todas as forças que tinha.
Vomitou várias vezes, com o queixo apoiado na janela do táxi em andamento e odiou São Paulo com todas as forças que tinha.
8.3.06
6.3.06
1.3.06
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