Um blog da diáspora blasée


26.6.08

Aquela batida do violão ou um plágio mais ou menos obscuro

PRECISEI DE POUCO TEMPO PARA DESCOBRIR ONDE ELE MORAVA. Normalmente bastava abrir o Segundo Caderno do Globo, antes da caminhada matinal até ao Hotel Cesar Park, em Ipanema e lá estava um apontamento qualquer, uma notícia miudinha na coluna do Joaquim Ferreira dos Santos, que eu recortava e guardava meticulosamente na caixa de sapatos amiga do ambiente que escondia a custo da minha empregada mineira.
O homem era uma star-eremita. Muito antes de eu chegar ao Rio, o homem já era uma star- eremita. Vivia encafuado no apartamento de quinhentos metros quadrados, com vista lateral de mar, na Rua João Lira, no Leblon, jamais saía à rua e pelo que eu lia nos jornais, parecia levar a sério a máxima sartreana de que o inferno são os outros. Infelizmente não podia estar de acordo com ele. Após alguns anos de desconstrução freudiana - induzida por uma crise aguda de segunda adolescência - tinha ficado muito claro para mim, que o inferno somos nós.