Um blog da diáspora blasée


13.8.08

O despachante – end of the affair

ESTAVA CLARO QUE O GORDO ACHAVA QUE O PROBLEMA ERA EU, porque ainda olhando para mim, mas passando por cima de mim, disse cúmplice ao Alfredo, Essas madames Zona Sul gostam de uma encrenca, né doutor?
E chegando-se à frente para que os garçons não ouvissem segredou, Pois pode falar que aqui o Valdisney vai resolver.
Valdisney? Mas me disseram que quem vinha era um tal de Orlandão que conhecia todos os policiais lá na alfãndega...
Mas doutor, tá me estranhando?
Não, desde que você me assegure que vou poder passar os enchidos e os queijos da Serra...
Asseguro sim senhor, ou eu não me chame Valdisney e virando-se para mim, perguntou, E a madame, qual é a sua graça?
Magapatológica, seu otário de merda.
Levantei-me e saí. O Valdisney, como todos os canalhas usava sapatos cor de merda. Um mau agoiro.
Na rua o Alfredo perguntou-me, Estás mal disposta, querida? Mas eu, transida de saudades da terrinha, só conseguia pensar nos chouriços.