Um blog da diáspora blasée


1.7.08

ABV – intimidades

ESSA ESTÚPIDA RECORDAÇÃO FEZ-ME, então, rir de mim. Algo relaxante, uma forma de baixar as expectativas dos outros, mantendo o grau de exigência, no que a mim dizia respeito, baixinho, baixinho. Eu era mestre no boicote a mim mesma.
Única forma de me suportar e de me suportarem? Enfim, naquele dia regressei ao Leblon, como se nada de complicado estivesse a acontecer na minha vida, ou melhor, na minha cabeça. Porque para mim, tudo era de uma simplicidade atroz. Eu queria ver o homem, ponto. O homem é que não queria ver ninguém e eu tinha que lhe perguntar o porquê daquela palhaçada lendária, aquele fechar-se em casas de banho aprimorando a voz e o violão, dias a fio. Se havia alguém louco ali, não era eu. Era ele. E não valia a pena, João, tamanho esforço.
(Não. Não tropeço na intimidade forçada, mas quando finalmente o abordasse, não seria para lhe chamar, Seu João.)